Campo Grande (MS), Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2025
Política Internacional
Lula se reúne com Zelensky em NY, diz não ver saída militar e defende criação do “Clube da Paz”
Presidente brasileiro reiterou condenação à invasão russa e propôs mediação por países neutros; encontro ocorreu às margens da Assembleia Geral da ONU
24/09/2025
14:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quarta-feira (24), em Nova York, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em um encontro paralelo à Assembleia Geral da ONU. A reunião repetiu a agenda de 2023, quando ambos também se encontraram nos Estados Unidos.
Segundo o Palácio do Planalto, Lula reafirmou que não vê possibilidade de solução militar para o conflito entre Rússia e Ucrânia, em curso há três anos e meio, e defendeu avanços nas tentativas de diálogo. O presidente voltou a apresentar sua proposta de criação do “Clube da Paz”, formado por países neutros que poderiam atuar como mediadores entre Kiev e Moscou.
Zelensky, por sua vez, agradeceu o apoio brasileiro e atualizou Lula sobre os últimos movimentos no campo de batalha. O encontro durou cerca de 40 minutos e, após a conversa, Lula não falou com a imprensa.
Na abertura da Assembleia Geral, na terça-feira (23), Lula defendeu uma “solução realista por meio da negociação”, mas não especificou se isso incluiria a cessão de territórios ucranianos à Rússia — hipótese rejeitada publicamente por Zelensky.
O Brasil mantém posição de condenar a invasão russa, mas evita alinhar-se a medidas unilaterais dos Estados Unidos e da União Europeia. Essa postura já motivou críticas do presidente ucraniano, que cobra de Brasília um posicionamento mais firme contra Moscou.
Zelensky também se reuniu com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, e com o presidente dos EUA, Donald Trump. Até recentemente, Trump defendia que a Ucrânia cedesse territórios ocupados, mas após o encontro afirmou acreditar que, com apoio europeu, Kiev pode “reconquistar toda a Ucrânia em sua forma original”, chamando a Rússia de “tigre de papel”.
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