Segundo o delegado Cássio Conceição, as cargas eram enviadas para diversos países através do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná.
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Mandados foram cumpridos em várias cidades do Paraná, na manhã desta sexta-feira (27) ©Divulgação/Polícia Civil |
A Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira (27), 15 pessoas suspeitas de adulterar cargas de soja e causar prejuízos de aproximadamente US$ 20 milhões para empresas nacionais e internacionais.
Segundo o delegado Cássio Conceição, as cargas eram enviadas para diversos países através do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná. Para alterar o produto, os suspeitos usavam areia e casca da soja moída, de acordo com as investigações.
Ao todo, foram expedidos 47 mandados judiciais, sendo 24 de prisão temporária e 23 de busca e apreensão em Paranaguá, Francisco Beltrão, Ibaiti, Nova Esperança, São Jorge do Ivaí, Cascavel e Matinhos. Outros mandados também cumpridos em Teodoro Sampaio, em São Paulo.
Os investigados são funcionários, motoristas, agentes portuários, donos de barracões e agenciadores, que recrutavam os condutores dos veículos. Além de servidores de um sindicato e de uma empresa.
"Acreditamos que essa organização criminosa já está totalmente identificada. Nós também já temos os elementos probatórios da participação de cada um deles na organização criminosa. Inclusive, delimitando a conduta", destacou o delegado Conceição.
Como funcionava o esquema
De acordo com as investigações, que começaram há seis meses, o esquema funcionava através da adulteração do percentual de proteína em farelos de soja. Depois que o produto saía de fábrica, com 46% de proteína, era alterado e chegava ao destino final com 11% de proteína.
Uma das empresas lesadas, ainda de acordo com a Polícia Civil, tem sede na França e teve um prejuízo de aproximadamente US$ 1 milhão.
Eles devem responder por adulteração de substância alimentícia, associação criminosa, corrupção ativa e estelionato.
Desde o início das investigações, 24 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no esquema, ainda conforme a Polícia Civil.