O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta segunda-feira (5) que o plano de ressarcimento dos valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas deve ser apresentado até a próxima semana.

“Pela pressa e pela agilidade que o presidente da República nos deu, creio que todo o plano possa sair nessa ou na próxima semana”, declarou Waller em entrevista à GloboNews.

A medida ocorre após o escândalo revelado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou a existência de R$ 6,3 bilhões em descontos suspeitos nos benefícios do INSS, entre 2019 e 2024.

Governo quer ressarcimento rápido e sem burocracia

Segundo Waller, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a devolução ocorra de forma ágil, segura e sem custo aos beneficiários. O projeto está sendo estruturado em parceria com a Casa Civil, Supremo Tribunal Federal (STF), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério Público Federal (MPF).

O plano será divulgado oficialmente pelos canais institucionais do INSS, e os beneficiários não precisarão ir até agências nem realizar pedidos manuais. “Todos serão avisados quando o programa for lançado”, disse o presidente.

Medidas contra fraudes e novos critérios para descontos

Todos os descontos estão suspensos temporariamente e, antes que possam ser retomados, o INSS deverá implementar novas regras de segurança, incluindo:

• Reconhecimento facial obrigatório

• Cruzamento de dados dos beneficiários

• Visitas presenciais a associações que desejarem firmar convênios

Essas medidas visam evitar fraudes e garantir que apenas descontos autorizados e comprovados sejam permitidos.

Troca de comando no INSS e Ministério da Previdência

Waller assumiu o comando do INSS após a saída de Alessandro Stefanutto, afastado em meio à Operação Sem Desconto. A crise também levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, que alegou inocência nas redes sociais.

O novo ministro da Previdência Social é Wolney Queiroz (PDT-PE), ex-deputado federal e até então secretário-executivo da pasta.

Entenda a fraude investigada

• A Polícia Federal apura a adesão forçada de aposentados e pensionistas a associações e sindicatos, com falsificação de assinaturas e descontos sem consentimento direto da folha de pagamento do INSS.

• A estimativa da CGU aponta R$ 6,3 bilhões em descontos, sendo apurada a parcela considerada ilegal.

• Ao todo, 11 entidades estão sob investigação por suspeita de envolvimento no esquema.