Carlo Ancelotti, o novo técnico da Seleção Brasileira, não é apenas conhecido por seu vasto currículo e títulos internacionais — ele também é amplamente respeitado pela forma como conduz o vestiário. Sua gestão de grupo é considerada um de seus maiores trunfos, conquistando inclusive aqueles que ficam fora da equipe titular.

A reportagem ouviu pessoas próximas aos jovens jogadores Endrick e Rodrygo para entender como é o dia a dia com Ancelotti. Os relatos foram unânimes: o treinador italiano tem a confiança e admiração dos atletas, mesmo em momentos difíceis.

Respeito mesmo fora da titularidade
Tanto Endrick quanto Rodrygo tiveram oscilações ao longo da temporada no Real Madrid. Endrick, inclusive, chegou a ser a última opção para o ataque até ganhar oportunidades. Já Rodrygo perdeu a titularidade absoluta, mas manteve o prestígio com o treinador.

Apesar de ambos estarem fora da lista da próxima Data Fifa, o planejamento de Ancelotti para o ciclo rumo à Copa do Mundo de 2026 inclui os dois. A dupla é vista como potencialmente titular nesse novo ciclo.

Hierarquia respeitada, mas com espaço para talento
Endrick admitiu ter demorado a entender a filosofia de Ancelotti, mas valorizou o aprendizado. “Foi uma temporada de crescimento, mesmo sem atuar tanto quanto gostaria”, teria dito a pessoas próximas.

Uma das marcas do treinador é a valorização da hierarquia no elenco, com preferência por jogadores mais experientes. No entanto, também há espaço para quem se destaca nos treinos — o que explica a perseverança de Endrick até se tornar titular no fim da temporada espanhola.

Versatilidade como valor tático
A comissão técnica do Real Madrid frequentemente cita como exemplo a dedicação de atletas como Lucas Vázquez e Valverde, que aceitam atuar fora de posição. Camavinga, Tchouaméni e o próprio Rodrygo também entram nesse perfil de versatilidade incentivado por Ancelotti.

Rodrygo vê Ancelotti como um defensor de seu futebol. Embora a administração de minutos o tenha incomodado em alguns momentos, o atacante entende que isso fez parte do processo de amadurecimento. O exercício da polivalência em campo também foi destacado.

Boa relação mesmo com mudanças no elenco
Com a chegada de Mbappé ao lado de Vini Jr. e Bellingham, Rodrygo passou a ter papel de coadjuvante no elenco. Mesmo assim, a relação com Ancelotti permaneceu sólida. O técnico é direto, conversa reservadamente com os jogadores e deixa claras suas intenções.

“A relação de confiança nunca foi abalada”, relatam fontes próximas a Rodrygo.

CBF aposta no perfil agregador de Ancelotti
A expectativa da CBF é que esse perfil agregador de Carlo Ancelotti ajude a Seleção Brasileira a recalcular a rota em busca do tão sonhado hexacampeonato. Sua experiência e habilidade de gerir grupos diversos são vistos como ativos fundamentais para esse novo ciclo.