Economia / Tecnologia
Alckmin diz que big techs apoiam “Pix para todos” em meio à tensão comercial com os EUA
Vice-presidente se reuniu com representantes da Meta, Google e Apple e defendeu que o Pix continue gratuito e universal
22/07/2025
20:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Em meio às discussões sobre o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o presidente em exercício Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira (21) que representantes das big techs — como Meta, Google e Apple — manifestaram apoio à ampliação do Pix para empresas e plataformas digitais.
“O Pix facilitou enormemente a vida das pessoas e nada impede que outras empresas também participem. Elas falaram que defendem o chamado ‘Pix para todos’”, declarou Alckmin, durante reunião com líderes do setor de tecnologia.
Segundo o vice-presidente, o sucesso da ferramenta está associado à gratuidade e velocidade do serviço. “O que é importante é que tem que ser de graça. O Pix é um sucesso porque você não paga, ele é rápido, é um sucesso, aliás, um exemplo para o mundo”, reforçou.
A ampliação do Pix ocorre enquanto os EUA, sob o governo de Donald Trump, investigam o sistema como possível prática comercial desleal, apontando que o Banco Central brasileiro teria retardado o lançamento de concorrentes como o WhatsApp Pay, operado pela Cielo, antes da implementação oficial do Pix em 2020.
A Meta, controladora do WhatsApp, teria ficado insatisfeita com o cenário à época, já que o Pix rapidamente dominou o mercado brasileiro de pagamentos instantâneos, enquanto a funcionalidade de transferências pelo app enfrentou entraves regulatórios.
Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, vem liderando articulações com setores impactados pela retaliação comercial americana. Após encontros com representantes da indústria, agronegócio e mineração, foi a vez do setor tecnológico ser ouvido.
Além das big techs, Alckmin também se reuniu com membros da INTA (Comissão do Comércio Internacional) do Parlamento Europeu e com o presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do RS), Claudio Bier.
Embora o presidente Lula tenha defendido publicamente, na semana passada, a cobrança de impostos sobre big techs americanas, Alckmin afirmou que o tema não foi tratado diretamente com as empresas.
“Estamos tratando o assunto exclusivamente por vias institucionais”, afirmou Alckmin, ao destacar que o Brasil já enviou uma carta de protesto aos EUA cobrando resposta sobre a medida tarifária.
O documento foi assinado por Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e reforça o posicionamento do Brasil contra o aumento unilateral das tarifas. A primeira manifestação diplomática havia sido enviada ainda em maio, antes do anúncio oficial da taxação por parte dos EUA.
Até o momento, os setores envolvidos vêm defendendo uma postura de cautela e diálogo, evitando uma resposta simétrica que possa acirrar ainda mais o conflito e impactar negativamente a economia brasileira. A meta do governo é buscar alternativas que mantenham a estabilidade comercial e fortaleçam o papel do Pix como referência global em inovação financeira.
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