Política / Justiça
PF indicia Jair e Eduardo Bolsonaro em ação penal do golpe
Relatório entregue ao STF também aponta envolvimento de Silas Malafaia, que teve passaporte retido no Rio de Janeiro
20/08/2025
18:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por crimes ligados à trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório final, entregue ao tribunal na última sexta-feira (15), aponta que ambos cometeram coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.
O documento também inclui medidas contra o pastor Silas Malafaia, alvo de mandado de busca e apreensão. Ele teve o passaporte retido, além da apreensão de celular e outros materiais durante sua chegada ao Aeroporto Internacional do Galeão (RJ), após retorno de Lisboa. Malafaia foi conduzido pela PF para prestar depoimento ainda no aeroporto.
De acordo com os investigadores, o celular de Jair Bolsonaro continha áudios e mensagens apagadas, recuperadas pela perícia, envolvendo conversas com Eduardo Bolsonaro e Malafaia. O material indicaria tentativas de intimidação a autoridades e interferência nos inquéritos que investigam os atos de 8 de janeiro de 2023.
A PF também identificou indícios de que Jair Bolsonaro teria discutido com aliados a possibilidade de pedir asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Além de Jair e Eduardo Bolsonaro, também foram indiciados:
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-chefe do GSI;
Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil.
Atualmente em prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais, Jair Bolsonaro vê sua situação jurídica se agravar. A prorrogação da investigação pelo ministro Alexandre de Moraes, em julho, aumentou a pressão política e empresarial para definição de novos nomes para a disputa presidencial de 2026. Nos bastidores, aliados avaliam que abordar o tema sucessório neste momento pode soar oportunista diante da fragilidade do ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, segue nos Estados Unidos, residindo no Texas. Além de ser alvo do inquérito no Brasil, ele também está envolvido em uma polêmica internacional após suspeitas de ter articulado a inclusão do ministro Alexandre de Moraes em uma lista de sanções internacionais da Lei Magnitsky.
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