Política / Justiça
Moraes nega pedido de Bolsonaro para anular delação de Mauro Cid
Ministro do STF classifica solicitação como "pedido protelatório" e rejeita argumentos da defesa do ex-presidente
17/06/2025
14:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira (17) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e um dos réus na ação penal da suposta trama golpista.
O pedido foi protocolado após a revista Veja publicar reportagem apontando que Cid teria mentido em depoimento ao STF e supostamente violado cláusulas de sigilo da colaboração.
Na decisão, Moraes classificou o requerimento como "pedido protelatório", destacando que esse tipo de solicitação já foi negado anteriormente durante a tramitação do processo.
“O atual momento processual é absolutamente inadequado para pedidos protelatórios, caracterizados pela repetição de pleitos indeferidos anteriormente”, escreveu o ministro.
A defesa do ex-presidente alega que Mauro Cid teria descumprido cláusulas do acordo de delação, especialmente no que se refere ao sigilo das informações. O questionamento surgiu após a publicação da Veja apontar que perfis no Instagram, com nomes vinculados à esposa de Cid, Gabriela Cid, teriam sido utilizados para divulgar trechos de depoimentos.
Durante a oitiva no STF, Mauro Cid foi questionado se conhecia os perfis @gabrielar702 e Gabriela R no Instagram. Cid respondeu que não sabia se os perfis eram da esposa e negou ter usado redes sociais para se comunicar com outros investigados.
Se confirmada a quebra de sigilo, o militar poderia perder os benefícios do acordo, como o direito de responder ao processo em liberdade, conforme prevê a legislação para delações premiadas.
A defesa de Mauro Cid rebateu a reportagem, classificando-a como “mentirosa”. Os advogados negaram qualquer relação do militar ou de sua esposa com os perfis citados e solicitaram a investigação sobre a real titularidade das contas nas redes sociais.
"Esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid. Ainda que tenha nome semelhante ao da esposa dele, Gabriela, não guarda qualquer relação com ela", afirma a nota da defesa.
O ministro Moraes reforçou que o momento atual do processo não permite discussões sobre a validade do acordo de colaboração, que poderá ser reavaliado apenas após a conclusão do julgamento.
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