Política / Justiça
STF retoma julgamento de Bolsonaro e aliados com placar em 2 a 0 pela condenação
Ministro Luiz Fux abre a sessão desta quarta (10) e pode formar maioria pela punição dos réus do 8 de Janeiro
10/09/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (10), às 9h, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais sete aliados acusados de planejar uma tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. O processo está em análise pela Primeira Turma e deve se estender até as 14h.
O placar já está 2 a 0 pela condenação, com votos de Alexandre de Moraes (relator) e Flávio Dino. Caso o ministro Luiz Fux acompanhe a posição do relator, o tribunal formará maioria ainda nesta manhã.
Embora visto pelo núcleo bolsonarista como uma possível voz divergente, especialmente em relação à dosimetria das penas, a avaliação interna no STF é de que um pedido de vista é improvável. Fux já havia manifestado dúvidas sobre o uso da delação premiada de Mauro Cid como prova central e sobre a competência da Primeira Turma, mas tende a proferir voto ainda hoje.
Após Fux, votarão os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin (presidente da Turma).
Os dois têm prazo até sexta-feira (12), das 9h às 19h, para apresentar seus votos.
Em seguida, será definida a dosimetria das penas, isto é, a punição exata para cada réu.
Jair Bolsonaro – apontado pela PGR como líder do grupo e responsável por articular o plano golpista.
Alexandre Ramagem (PL) – acusado de propagar falsas denúncias de fraude eleitoral.
Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha, teria colocado tropas à disposição da trama.
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça, guardava minuta de decreto para anular eleições.
Augusto Heleno – ex-ministro do GSI, participou de transmissões contra as urnas.
Mauro Cid – delator do caso, ex-ajudante de Bolsonaro, participou ativamente das reuniões.
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa, teria levado decreto de intervenção a militares.
Walter Braga Netto – único preso, acusado de financiar acampamentos golpistas e planejar atentado contra Moraes.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de todos os réus, afirmando que houve consumação da ruptura democrática.
“Está visto que, em vários momentos, houve a conclamação pública do então presidente da República para que não se utilizassem as urnas eletrônicas previstas na legislação, sob a ameaça de que as eleições não viessem a acontecer”, afirmou Gonet.
Para a PGR, a trama foi resultado do inconformismo com a derrota eleitoral, configurando tentativa de golpe de Estado.
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