Política / Câmara Federal
Hugo Motta afasta anistia de Bolsonaro e réus do 8 de Janeiro da pauta da Câmara
Presidente da Casa fala em “respeito ao momento histórico” e prioriza apenas projetos consensuais durante julgamento no STF
09/09/2025
21:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (9) que o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos réus acusados de envolvimento no golpe de 8 de Janeiro “não tem previsão nem de pauta nem de relator”.
A decisão ocorre em meio à pressão crescente de bolsonaristas e partidos do centrão para que a proposta avance no Legislativo. Motta, no entanto, alinhou-se à posição da cúpula da Câmara, que decidiu adiar o debate até a conclusão do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para terminar na sexta-feira (12).
Durante encontro com líderes partidários, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Evair Vieira de Melo (PP-ES) pediram prioridade para a anistia já na próxima semana. Em contrapartida, o PT defendeu que a Câmara priorize a votação do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5.000, defendido pelo governo.
Outro tema que segue parado é a PEC da blindagem, que não foi mencionada na reunião, apesar do apoio de alguns parlamentares.
Com sessões remotas durante o julgamento, Motta determinou que a Câmara concentre esforços em projetos consensuais, como a MP do setor energético, que amplia a tarifa social e garante energia gratuita para 16 milhões de brasileiros. A medida é tratada como prioritária pelo governo Lula.
Nos bastidores, a leitura é de que Motta estaria apenas ganhando tempo para viabilizar a votação da anistia após o julgamento no Supremo. Interlocutores do centrão e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), têm participado das articulações.
De outro lado, a oposição à proposta também se organiza. A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) declarou que trabalhará contra a aprovação, afirmando que a votação nesse momento seria “um ataque à democracia feito pelo próprio Parlamento”.
O governo também atua para frear o movimento, com a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) pedindo a aliados de partidos de centro que não apoiem a anistia.
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