Campo Grande (MS), Segunda-feira, 30 de Junho de 2025

Política / Justiça

Bolsonaro articula ‘poder paralelo’ no Senado para confrontar STF, mesmo fora da Presidência

Ex-presidente intensifica planos para controlar o Congresso e garantir ofensivas contra ministros do Supremo, mirando 2027 como marco de influência legislativa

30/06/2025

16:15

DA REDAÇÃO

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Mesmo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou seus esforços para estabelecer um “poder paralelo” por meio do controle do Congresso Nacional, em especial do Senado, a partir de 2027. A estratégia mira a formação de uma base legislativa ampla o suficiente para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive em um cenário em que um sucessor da direita vença a Presidência da República.

Desde que deixou o Planalto, Bolsonaro tem insistido na necessidade de eleger senadores aliados, ressaltando que a Casa tem a prerrogativa constitucional de aprovar pedidos de impeachment contra ministros do STF. Agora, seus discursos e articulações deixam clara a intenção de transformar o Senado em um espaço de confronto com o Judiciário.

“Se vocês me derem isso [50% da Câmara e do Senado], não interessa onde eu esteja — aqui ou no além — quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República”, afirmou Bolsonaro em ato na Avenida Paulista no domingo (29).

Controle institucional como foco estratégico

A meta de Bolsonaro é eleger, com aliados, ao menos 50 dos 81 senadores, o que garantiria ao PL a presidência do Senado, do Congresso Nacional e o comando das principais comissões. Internamente, o nome do senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Temer e de Bolsonaro, é considerado forte candidato à presidência da Casa.

A movimentação bolsonarista prioriza candidaturas em todos os estados. Onde não houver viabilidade de um nome raiz, a ordem é compor com siglas próximas, como Republicanos, União Brasil e PP. Até suplentes estão sendo cuidadosamente avaliados para garantir fidelidade às pautas de confronto com o Supremo, sobretudo com o ministro Alexandre de Moraes.

“Com essa maioria, nós elegeremos nosso presidente da Câmara, do Senado e definiremos os rumos do Brasil. Nós seremos os responsáveis pelo destino do país”, disse Bolsonaro durante o ato em São Paulo.

Mais que a Presidência: o Senado como trunfo

Segundo aliados, Bolsonaro vê o Senado como mais relevante que a própria Presidência, por considerar que a atuação de qualquer chefe do Executivo estará limitada pela atuação do Judiciário. A avaliação é baseada na sua própria experiência, quando decisões do STF barraram atos como o indulto ao ex-deputado Daniel Silveira.

Essa lógica orienta sua busca por manter influência direta sobre o Senado, mesmo num eventual governo de um sucessor. A possibilidade de uma candidatura de Michelle Bolsonaro ao Senado é tratada com otimismo, apesar de ela ser citada também como possível nome à Presidência. Já o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) pode disputar vaga por Santa Catarina, e Eduardo Bolsonaro é considerado pré-candidato por São Paulo, embora tenha demonstrado resistência em retornar ao Brasil.

“Bolsonaro quer seus filhos no Senado para blindar a família e manter poder institucional”, diz um aliado próximo ao ex-presidente.

Sucessão dividida

Embora nomes como os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Jr. (PR) disputem o espólio político do bolsonarismo, há desconfiança de setores mais radicais quanto ao alinhamento pleno desses líderes com os planos de confronto direto com o STF.

Tarcísio, por exemplo, é criticado por manter diálogo institucional com ministros do Supremo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deixou isso claro:

“O presidente pode até indicar alguém e o Congresso aprovar a anistia [dos presos de 8 de Janeiro], mas se o Supremo derrubar, volta tudo. Isso não dá.”

Impeachment e anistia em pauta

O embate com o Supremo será o eixo central da campanha de 2026, segundo lideranças do PL. O partido calcula que, com maioria, poderá reabrir discussões sobre a anistia aos condenados dos atos golpistas e apresentar projetos que limitem o alcance do STF.

Bolsonaro, que admite a possibilidade de estar preso ou morto durante a eleição, tem tratado o tema com crescente apelo simbólico.

“Não importa onde eu esteja, a liderança será nossa. Se tiverem maioria, ninguém segura a gente”, reforçou na Paulista.


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