Política / Justiça
CPMI do INSS inicia trabalhos com promessa de investigação “profunda e apartidária”
Primeira reunião ocorreu nesta terça (26), em meio à votação de 35 requerimentos; ex-ministros e ex-presidentes do INSS estão na mira
26/08/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deu início aos seus trabalhos nesta terça-feira (26), às 9h, no Congresso Nacional. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), prometeu que a apuração será “profunda e apartidária”, diante da gravidade do escândalo revelado pela imprensa.
As denúncias, reveladas pelo portal Metrópoles em dezembro de 2023, apontam que associações ligadas ao INSS arrecadaram mais de R$ 2 bilhões em um ano com descontos irregulares em aposentadorias e pensões, resultando em milhares de processos judiciais por fraude nas filiações de segurados.
Na primeira reunião, o colegiado analisou 35 requerimentos, incluindo convocações, pedidos de informações e acesso a inquéritos policiais. Entre os alvos estão ex-ministros e ex-presidentes do INSS, ligados a gestões atuais e passadas.
José Carlos Oliveira – ex-ministro do Trabalho e Previdência
Carlos Lupi – ex-ministro da Previdência Social
Marcelo Abi-Ramia Caetano – ex-secretário de Previdência do Ministério da Fazenda
Carlos Gabas – ex-ministro da Previdência Social
Ex-presidentes do INSS: Lindolfo Neto de Oliveira Sales, Renato Rodrigues Vieira, Leonardo Rolim Guimarães, Alessandro Stefanutto, Elisete Berchiol da Silva Iwai, Guilherme Serrano, Glauco Wamburg, Leonardo Gadelha, Edison Britto Garcia e Francisco Paulo Soares Lopes
Representantes de órgãos de controle e investigação, como Eliane Viegas Mota (CGU), Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi (PF) e Patrícia Bettin Chaves (DPU).
As reuniões ocorrerão às segundas e quintas-feiras, para não coincidir com sessões do plenário do Congresso.
O relator escolhido é o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL).
A vice-presidência será definida por consenso entre os membros ou em até três semanas.
O governo, que já perdeu a disputa pelos cargos principais da comissão, tenta evitar novas derrotas políticas no andamento da investigação.
A CPMI pode se tornar um dos principais palcos de disputa política em Brasília neste segundo semestre, já que a oposição busca responsabilizar gestões passadas e a atual por falhas no controle do INSS. A promessa de Carlos Viana é blindar os trabalhos de manobras partidárias:
“Será uma investigação profunda e apartidária. O brasileiro precisa de respostas sobre o que foi feito com o dinheiro dos aposentados”, afirmou o presidente da CPMI.
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