Política / Justiça
Dívida de Silas Malafaia com a União cresce 843% e alcança R$ 17 milhões
Valor é atribuído à Editora Central Gospel, em recuperação judicial; pastor afirma que negocia débitos e segue alvo de investigação da PF
23/08/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O pastor Silas Malafaia, fundador da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, acumula dívidas tributárias com a União que ultrapassam R$ 17 milhões, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O montante representa um crescimento de 843% em relação a 2021, quando a dívida somava R$ 1,8 milhão.
Quase toda a quantia – R$ 16,98 milhões – é atribuída à Editora Central Gospel Ltda., empresa fundada por Malafaia e sua esposa, a pastora Elizete Malafaia, há 26 anos. Em 2019, a editora entrou em recuperação judicial. A dívida com a União é composta por R$ 6,9 milhões em débitos previdenciários e R$ 10,1 milhões em outros tributos.
Além do passivo tributário, a Central Gospel também responde por R$ 15,6 milhões em dívidas renegociadas com credores privados – desde microempreendedores até grandes bancos. Uma parcela menor, de R$ 46,3 mil, é de responsabilidade direta da Assembleia de Deus.
Em nota, Malafaia afirmou que seus advogados estão negociando a dívida com a União e ressaltou que a recuperação judicial da editora já foi concluída:
“Já estou pagando há dois anos os credores do processo de recuperação judicial, que foi homologado e encerrado”, declarou.
O advogado Jorge Vacite Neto confirmou que os débitos fiscais estão em revisão interna para “regularização nos valores corretos” e que a recuperação judicial foi cumprida integralmente, com acompanhamento do Ministério Público do Rio de Janeiro e do administrador judicial.
O pastor também é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). No último dia 20 de agosto, a Polícia Federal apreendeu o celular de Malafaia no Aeroporto do Galeão (RJ), após viagem a Lisboa.
Segundo despacho do ministro Alexandre de Moraes, a perícia em mensagens de Jair Bolsonaro revelou que o líder religioso teria atuado como peça central em ações de coação contra o STF e outras autoridades, organizando pressões e disseminação de desinformação.
Como medida cautelar, Moraes determinou:
Cancelamento de todos os passaportes nacionais e estrangeiros de Malafaia;
Proibição de deixar o país;
Proibição de contato com os investigados do núcleo de Jair Bolsonaro, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro, hoje nos Estados Unidos.
Apesar disso, Malafaia declarou à imprensa que “não tem medo do material encontrado” pela PF, destacando que costuma trocar de celular com frequência.
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