O pastor Silas Malafaia afirmou nesta quinta-feira (21/8) que troca de celular com frequência e que não teme o conteúdo apreendido pela Polícia Federal (PF) em operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, a prática é comum entre políticos.

“Todo o mundo político faz. Eu troco de telefone. É um direito meu. Não tenho medo de nada”, declarou Malafaia em entrevista ao Metrópoles.

Troca de celulares e mensagens a Bolsonaro

Malafaia contou que já trocou o iPhone 13 pelo 15 neste ano e que, em breve, passará ao iPhone 17. O pastor revelou ainda que, na campanha municipal de São Paulo em 2024, enviou mais de 20 mensagens para Jair Bolsonaro, seus filhos (Carlos, Flávio e Eduardo) e Michelle Bolsonaro, questionando o posicionamento da família em relação à candidatura de Pablo Marçal (PRTB).

Ele destacou que tais mensagens não estão no aparelho apreendido pela PF, pois pertenciam a outro celular já descartado.

Investigação e medidas restritivas

Na quarta-feira (20/8), Malafaia teve celular e passaporte apreendidos e foi incluído em investigação que apura suposta interferência de Eduardo Bolsonaro em processo contra ele e o ex-presidente. Apesar disso, não foi indiciado pela PF, ao contrário de Jair e Eduardo Bolsonaro.

A decisão de Moraes também determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do pastor, além da proibição de contato com Bolsonaro e seu filho.

Ataques ao STF

Em entrevista, Malafaia acusou Moraes de transformar a PF em uma “Gestapo particular” e criticou o vazamento de suas conversas com Bolsonaro.

“Que democracia é essa? Vão ter que me prender para me calar”, disparou.

O pastor ainda negou possuir diálogos comprometedores e citou contatos frequentes com os políticos Magno Malta (PL-ES) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), além de eventuais trocas de mensagens com Michelle Bolsonaro.

Viagens canceladas

Com o passaporte retido, Malafaia disse que perdeu compromissos religiosos e pessoais, como a participação em uma conferência de sua igreja em Boston (EUA) e uma viagem de lazer a Punta Cana (República Dominicana) com a esposa e amigos.

Críticas a Hugo Motta

O pastor também atacou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por não ter pautado a anistia aos réus do 8 de Janeiro.

“Hugo Motta não tem palavra. Está preso ao STF porque há coisas contra a família dele lá. O povo da Paraíba vai dar uma resposta”, afirmou.