POLÍTICA
STF, Congresso e Governo Lula chegam a acordo sobre emendas parlamentares com novos critérios de transparência
Após almoço que reuniu todos os ministros da Corte, dois ministros do Executivo e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, o tribunal informou que as autoridades chegaram a um consenso
21/08/2024
10:50
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Em um esforço conjunto para resolver a crise em torno das emendas parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e o governo federal chegaram a um acordo que estabelece novos critérios para a destinação dos recursos do Orçamento. O consenso, anunciado nesta terça-feira, 20, foi alcançado após um encontro que reuniu todos os ministros do STF, representantes do Executivo, incluindo dois ministros do governo Lula, e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.
As chamadas "emendas Pix" foram mantidas, mas com mudanças significativas para aumentar a transparência e a rastreabilidade dos recursos. A partir de agora, o Congresso deverá identificar previamente o destino dos recursos e prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, enfatizou que não haverá mais "transferências livres", ou seja, a destinação de verbas sem um plano de trabalho, objeto específico ou cronograma. Essa medida visa corrigir a principal preocupação do STF em relação à falta de controle sobre os recursos.
Um dos principais pontos acordados é a necessidade de identificação clara das emendas individuais, permitindo saber quem as indicou e para onde os recursos estão sendo direcionados. Além disso, foi definido que deputados e senadores devem priorizar a destinação de recursos para a conclusão de obras inacabadas, um movimento que busca garantir maior eficiência no uso do dinheiro público.
O acordo também estipula que as emendas de comissão deverão financiar "projetos de interesse nacional ou regional", escolhidos em comum acordo entre o Legislativo e o Executivo. Esse alinhamento tende a favorecer os interesses do Palácio do Planalto, permitindo maior controle sobre a destinação dos recursos.
As emendas de bancada, por outro lado, serão destinadas exclusivamente a projetos "estruturantes" nos Estados e no Distrito Federal, como construções de hospitais e obras em rodovias. Ficou vedada a divisão simples dos recursos a pedido dos parlamentares para seus redutos eleitorais, garantindo que essas emendas cumpram um papel de interesse mais amplo.
O valor global destinado às emendas parlamentares no Orçamento também será limitado por um novo critério, que acompanhará o crescimento das despesas discricionárias, ou seja, aquelas não obrigatórias. Para implementar essa mudança, será necessária a proposição de uma nova emenda à Constituição (PEC), conforme acordado pelas autoridades.
O acordo entre o STF, o Congresso e o governo federal busca equilibrar a governabilidade com a necessidade de controle e transparência no uso das emendas parlamentares. A decisão de manter as emendas, mas com critérios mais rígidos, reflete um esforço para corrigir distorções e garantir que os recursos públicos sejam aplicados de forma responsável e transparente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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