Campo Grande (MS), Terça-feira, 19 de Agosto de 2025

Economia / Relações Internacionais

Trump oficializa tarifa global e impõe 50% ao Brasil, maior atingido entre dezenas de países

Decreto entra em vigor em 7 de agosto; setores de carne, frutas e café devem ser os mais impactados nas exportações brasileiras

31/07/2025

20:30

DA REDAÇÃO

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (31) uma ordem executiva que impõe tarifas entre 10% e 41% sobre dezenas de países. A medida, segundo a Casa Branca, visa “responder a práticas comerciais injustas” e proteger os “interesses econômicos dos EUA”. No entanto, o Brasil foi o país mais penalizado, com a soma de duas tarifas que resultam em uma alíquota total de 50% sobre produtos nacionais, afetando diretamente a balança comercial brasileira.

A decisão aprofunda a tensão diplomática entre Brasília e Washington e reforça o clima eleitoral nos dois países, sobretudo diante da acusação de interferência ideológica e judicial feita pelo governo Trump contra o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.

Medida entra em vigor em 7 de agosto

As tarifas entrarão em vigor em sete dias, no dia 6 de agosto, afetando exportações brasileiras em setores como:

  • Carne bovina

  • Café em grão e solúvel

  • Frutas tropicais

  • Madeira

  • Produtos químicos e têxteis

Apesar disso, quase 700 produtos brasileiros foram incluídos em uma lista de exceções, poupando setores considerados estratégicos como o aeronáutico, energético e agrícola de base tecnológica.

Percentuais e países afetados: Brasil lidera com 50%

Entre os países com maiores tarifas, estão:

  • Brasil – 10% + 40% adicionais = 50%

  • Síria41%

  • Suíça39%

  • Mianmar e Laos40%

  • África do Sul30%

  • Índia e Brunei25%

  • Canadá – de 25% para 35%

Os Estados Unidos notificaram 25 países oficialmente desde julho, com advertência de que o não cumprimento de acordos bilaterais resultaria em tarifas mais altas. Entre os países com menor impacto, estão o Reino Unido (10%), Venezuela (15%) e União Europeia, que receberá taxas diferenciadas conforme o tipo de produto.

Carta de Trump e pressão política interna

Em julho, a Casa Branca enviou cartas a líderes de diversos países. O documento endereçado ao Brasil estabelecia uma tarifa de até 50% sobre produtos exportados, sob a justificativa de que o país “ameaça a segurança nacional dos EUA” por conta de supostas ações judiciais “politizadas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O anúncio gerou reações no Congresso dos EUA, especialmente entre senadores democratas, que acusam Trump de usar o comércio exterior como arma de retaliação política e eleitoral. Já no Brasil, o caso expôs divisões internas na oposição e fortaleceu a retórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem se posicionado como defensor da soberania nacional.

Trump endurece com Canadá e diz que acordo é improvável

Durante evento na Casa Branca, Trump também anunciou que aumentará de 25% para 35% a tarifa imposta ao Canadá, citando “retaliação injusta” por parte do governo canadense e criticando a decisão de Ottawa reconhecer o Estado Palestino.

“Eles têm que pagar uma tarifa justa — só isso. É muito simples”, disse o presidente americano ao justificar a medida.
“Estão cobrando tarifas muito, muito altas dos nossos agricultores. Algumas passam de 200%”.

Setores brasileiros sob risco: “Se não entregar, apaga a luz”

Em reuniões com senadores brasileiros em Washington, representantes de gigantes como ExxonMobil, Amazon, PepsiCo, Lockheed Martin e Mars alertaram para riscos estruturais no mercado norte-americano caso o Brasil seja barrado.

Especialistas do setor energético afirmaram que 82% dos transformadores elétricos importados pelos EUA no primeiro semestre de 2025 vieram do Brasil, e que, sem esses equipamentos até 2027, o país poderá enfrentar colapsos no fornecimento de energia.

“Se os transformadores brasileiros não forem entregues, apaga a luz”, disse um executivo em reunião na AS/COA (Americas Society/Council of the Americas).

Impacto imediato: preços já sobem nos EUA

Setores como o alimentício também sentem os reflexos do tarifaço. O preço da carne moída nos EUA já subiu 15%, segundo dados internos das empresas. Um executivo explicou a lógica da importação:

“Precisamos da carne magra do Brasil para moer com a gorda dos EUA”.

Reação do Brasil: articulação política e diplomática

De volta ao Brasil, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que liderou comitiva parlamentar aos EUA, declarou que na próxima segunda-feira (4) será realizada uma reunião com representantes do Executivo para apresentar sugestões colhidas durante a missão diplomática.

“É apenas o início de um trabalho suprapartidário pelo Brasil”, disse Trad.

Enquanto isso, o Itamaraty aguarda posicionamento oficial para decidir se levará o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), conforme antecipado por membros do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Principais países e tarifas atualizadas pelos EUA:

PaísTarifa (%)
Brasil50
Síria41
Suíça39
Mianmar (Birmânia)40
Laos40
África do Sul30
Índia25
Brunei25
Canadá35
Venezuela15
Reino Unido10

Análise: medida de Trump tem efeito político, mas riscos econômicos elevados

Especialistas avaliam que, embora a medida busque apoio de setores nacionalistas nos EUA, ela representa um risco real à competitividade americana, especialmente em setores dependentes de insumos importados. O gesto também isola os EUA de aliados comerciais estratégicos e alimenta a retórica internacional contra o protecionismo norte-americano.


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