Política / Partidos
Edinho Silva é eleito presidente nacional do PT com apoio de Lula e missão de liderar reeleição em 2026
Novo dirigente promete reconstruir diálogo com a base, modernizar comunicação e enfrentar o desafio de reconectar o partido à nova classe média
07/07/2025
16:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu neste domingo (6) Edinho Silva como novo presidente nacional da legenda. Com apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da corrente majoritária "Construindo um Novo Brasil" (CNB), Edinho comandará o partido pelos próximos quatro anos, tendo como principal desafio a articulação política e eleitoral da campanha à reeleição de Lula em 2026.
O ex-prefeito de Araraquara (SP) assume o posto em agosto, durante encontro nacional da sigla, e sucede o senador Humberto Costa (PE), que ocupava o cargo de forma interina após os dois mandatos de Gleisi Hoffmann. A eleição foi concluída em primeiro turno, mesmo com a ausência de votos de Minas Gerais, onde o processo foi adiado.
“O maior desafio do PT é a reeleição do presidente Lula e a construção de uma política de alianças que deve ser trabalhada estado por estado, considerando a realidade política de cada território”, afirmou Edinho ao g1.
Aos 60 anos, Edinho é sociólogo, mestre em Engenharia de Produção e filiado ao PT desde 1985. Foi vereador, deputado estadual, presidente estadual do partido em São Paulo e coordenador financeiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Também comandou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Em 2022, atuou como coordenador da campanha de Lula à presidência. Apesar de ter sido investigado na Operação Lava Jato, o inquérito foi arquivado em 2024 pelo TRE do Distrito Federal.
A eleição de Edinho marca um momento de reavaliação interna no PT. De acordo com o professor da USP Lincoln Secco, o partido enfrenta uma crise de médio prazo por não conseguir dialogar com a nova classe média trabalhadora. Segundo ele, o PT precisa aprender “o que comunicar e como comunicar”.
Edinho reconhece os desafios: defende o fortalecimento da comunicação institucional, a retomada da nucleação e da militância de base e a elaboração de propostas concretas para áreas como segurança pública, transporte urbano e transição energética.
“Precisamos de uma orientação clara para retomar o trabalho de base, especialmente nas periferias. O partido precisa estar presente no Brasil real”, disse.
A nova direção também deve intensificar a campanha de justiça tributária, tema central da comunicação do partido em 2025. A chamada "taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets" tornou-se símbolo do enfrentamento político contra o modelo de isenções e privilégios.
“Precisamos de um sistema tributário justo. Um debate entre o Brasil dos privilégios e o Brasil da igualdade de oportunidades”, declarou o novo presidente do PT.
Internamente, a expectativa é que a CNB, grupo político que sustenta Edinho, mantenha maioria nos principais espaços de decisão do partido. Sua eleição representa a tentativa de equilíbrio entre a linha moderada e os setores mais à esquerda da legenda, que pressionam por maior radicalidade em temas como combate à desigualdade, taxação de grandes fortunas e reforma política.
Edinho assume a presidência em um momento em que pesquisas apontam que 57% dos brasileiros não querem a reeleição de Lula, embora ele ainda lidere todos os cenários de primeiro turno. A construção de alianças e a gestão das disputas estaduais serão fundamentais para o desempenho da legenda em 2026.
“A eleição do próximo ano será um momento crucial para confrontarmos modelos de sociedade. O PT precisa se comunicar melhor, especialmente com os trabalhadores de renda média”, concluiu Edinho.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Após condenação, Leo Lins lacra celulares de plateia e retoma piadas com minorias em novo show
Leia Mais
Lula critica Trump por ameaças a países do BRICS: “O mundo não quer um imperador”
Leia Mais
Sem citar Trump, Lula afirma que Brasil não aceita interferência: "Ninguém está acima da lei"
Leia Mais
STF evita polêmica com Trump e reforça que resposta cabe à diplomacia e à política
Municípios