Política / Justiça
Moraes nega pedido da defesa de Bolsonaro e reforça que não aceitará 'tumulto processual'
Ministro do STF rejeita manifestação prévia da PGR sobre conta atribuída a Mauro Cid e mantém prazo para alegações finais na ação penal do 8 de janeiro
01/07/2025
08:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (30) um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste, antes do prazo final, sobre o conteúdo da conta no Instagram @gabrielar720, supostamente utilizada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo.
“Não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo. O curso da ação penal seguirá normalmente, e a Corte analisará as questões trazidas no momento adequado”, afirmou o ministro Moraes.
Os advogados do ex-presidente alegam que a manifestação prévia da PGR é essencial, sob o argumento de que Mauro Cid teria violado o sigilo de sua delação premiada, além de utilizar redes sociais, o que contraria os termos do acordo.
A conta no Instagram, segundo a Meta, foi registrada com um e-mail vinculado ao próprio Mauro Cid. Por meio dela, o militar teria enviado mensagens ao advogado Eduardo Kuntz, feito críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, ao STF e ao delegado da Polícia Federal, Fábio Shor, que conduz o inquérito sobre a tentativa de golpe.
Além disso, Cid teria sugerido, nas mensagens, que sua delação estava sendo distorcida pelas autoridades.
O advogado Eduardo Kuntz usou essas conversas como base para solicitar ao Supremo a anulação da colaboração premiada de Cid, sob o argumento de que não houve espontaneidade por parte do militar.
No entanto, em depoimento prestado na última quinta-feira (26), Mauro Cid negou ter usado a conta e qualquer contato com Kuntz, afirmando ainda que os áudios foram gravados e repassados sem sua autorização.
Apesar da controvérsia, o processo segue avançando. Na sexta-feira (27), Moraes determinou que a Procuradoria-Geral da República apresente, no prazo de 15 dias, as alegações finais da ação penal que investiga o núcleo da tentativa de golpe, envolvendo entre os réus o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com a apresentação das alegações, o processo será encaminhado para julgamento, quando o STF decidirá se condena ou absolve os envolvidos na trama golpista relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023.
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