Internacional / Direitos Humanos
Governo brasileiro atende pedido da família e autoriza nova autópsia no corpo de Juliana Marins
Brasileira morreu durante trilha em vulcão na Indonésia; exame no Brasil buscará esclarecer se houve omissão de socorro
30/06/2025
18:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O governo federal anunciou, nesta segunda-feira (30), que irá cumprir voluntariamente a solicitação de uma nova autópsia no corpo da brasileira Juliana Marins, que morreu no dia 21 de junho durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. A decisão foi comunicada pela Advocacia-Geral da União (AGU) à 7ª Vara Federal de Niterói, após pedido formal feito pela Defensoria Pública da União (DPU).
Segundo as autoridades, o corpo de Juliana deve chegar ao Brasil nesta terça-feira (1º) e o novo exame necroscópico será realizado em até seis horas após o desembarque, para preservar evidências sobre a causa da morte. O procedimento poderá ajudar a esclarecer se houve omissão de socorro por parte das autoridades locais.
A decisão do governo brasileiro, segundo a AGU, atende a uma orientação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O procurador-regional da União da 2ª Região, Glaucio de Lima e Castro, declarou que a medida foi tomada com base em princípios humanitários:
“Devido à natureza da demanda, compreendeu-se que a postura mais adequada seria a de colaborar para que as providências solicitadas pudessem ser operacionalizadas com celeridade e efetividade.”
A AGU também solicitou uma audiência de urgência com a DPU e o governo do Rio de Janeiro para definir as responsabilidades pelo transporte e execução do exame. A Polícia Federal já se colocou à disposição para auxiliar no traslado até o Instituto Médico Legal (IML) responsável.
A primeira autópsia foi realizada em 26 de junho, no hospital de Bali. O laudo apontou que Juliana teria morrido no mesmo dia da queda, devido a um traumatismo grave. No entanto, imagens feitas por drones de turistas no local indicam que ela poderia ter sobrevivido por horas ou até dias, sem receber socorro adequado.
A certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta não esclareceu o horário exato da morte, o que levou a Defensoria Pública a requisitar a nova perícia no Brasil.
A principal dúvida é se houve omissão de socorro por parte das autoridades indonésias, o que pode configurar responsabilidade civil e criminal internacional.
Juliana Marins era turista brasileira e realizava uma trilha no vulcão Rinjani, uma das principais atrações naturais da Indonésia. Ela caiu durante o trajeto, e seu corpo só foi resgatado três dias depois, em 24 de junho.
A família de Juliana tem cobrado explicações públicas e apoio do governo brasileiro. O caso vem ganhando ampla repercussão, especialmente após contradições nos relatos locais e a demora no resgate. A nova autópsia no Brasil é vista como um passo crucial para esclarecer os fatos e garantir justiça.
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