Saúde / Bem-Estar
Erros em exames comprometem diagnósticos e aumentam risco de morte por câncer de mama, alerta ONA
Organização Nacional de Acreditação reforça que protocolos de qualidade e acreditação hospitalar são essenciais para garantir diagnósticos precisos
06/11/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O número de erros assistenciais em saúde no Brasil preocupa especialistas. Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 45,9 mil novos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Parte dessas falhas está ligada à má execução de exames diagnósticos, que podem atrasar tratamentos e, em casos graves, comprometer a detecção precoce do câncer de mama — uma das doenças que mais mata mulheres no país.
De acordo com Gilvane Lolato, gerente-geral de Operações da ONA (Organização Nacional de Acreditação), a acreditação hospitalar é uma ferramenta fundamental para reduzir esses erros, padronizar protocolos e assegurar a qualidade da assistência.
“A densidade mamária alta pode mascarar tumores, especialmente em mulheres jovens. Além disso, nódulos fibrocísticos e calcificações benignas podem ser confundidos com câncer, gerando diagnósticos equivocados”, explica Gilvane.
Nos exames de mamografia, os equívocos mais comuns envolvem técnica inadequada e má qualidade de imagem, como compressão insuficiente ou posicionamento incorreto, que podem ocultar áreas importantes da mama.
Na ultrassonografia, o erro recorrente é a confusão entre cistos e nódulos sólidos, um problema que depende fortemente da experiência do profissional e da precisão do equipamento.
“Lesões pequenas podem passar despercebidas, atrasando o diagnóstico e comprometendo a vida da paciente”, ressalta Gilvane.
Já na ressonância magnética das mamas, os cuidados devem começar antes do exame: o procedimento não deve ser feito durante o período menstrual, pois as alterações hormonais podem gerar falsos positivos.
“Durante a marcação, é fundamental que o profissional pergunte sobre o ciclo menstrual. Além disso, é preciso orientar a paciente a não se movimentar durante o exame para não comprometer a imagem”, alerta a especialista.
Na etapa de biópsia e análise patológica, erros de correlação entre exames clínicos e laboratoriais são igualmente graves.
Segundo Gilvane, mesmo um laudo benigno precisa ser reavaliado se houver imagens suspeitas. Casos de troca de lâminas e identificação incorreta de amostras também já foram relatados, com consequências sérias para o diagnóstico.
A acreditação hospitalar é vista como instrumento essencial para reduzir riscos e garantir segurança.
“Em instituições acreditadas, cada etapa — do agendamento à entrega do resultado — é padronizada, com equipes treinadas e equipamentos calibrados conforme normas técnicas. Isso garante mais confiança para pacientes e profissionais”, afirma Gilvane.
A especialista recomenda que as pacientes:
Prefiram instituições acreditadas ou com histórico de qualidade reconhecida;
Apresentem exames anteriores sempre que possível, para facilitar comparações;
Verifiquem seus dados pessoais antes de cada exame;
E, em caso de dúvida, busquem uma segunda opinião.
“De nada adianta zerar filas se o resultado é um laudo impreciso. Um exame malfeito pode custar o diagnóstico precoce — e o tempo é o maior aliado contra o câncer”, enfatiza Gilvane.
A inteligência artificial surge como ferramenta promissora na detecção de falhas.
Softwares de apoio à leitura ajudam a reduzir erros de interpretação, diminuem retrabalho e aumentam a segurança do paciente, especialmente em exames de imagem de alta complexidade.
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