Política
Lula veta aumento no número de deputados e encerra polêmica sobre ampliação da Câmara
Decisão atende à pressão popular e evita gastos extras com novos parlamentares; redistribuição será feita pelo TSE
17/07/2025
19:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente, nesta quarta-feira (16), o projeto aprovado pelo Congresso Nacional que previa o aumento de 513 para 531 no número de deputados federais. A medida foi oficializada na edição desta quinta-feira (17) do Diário Oficial da União.
A proposta havia sido elaborada como resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a redistribuição das cadeiras da Câmara dos Deputados com base nos dados do Censo Demográfico de 2022. No entanto, ao invés de readequar os assentos dentro do limite atual, o Congresso optou por criar 18 novas vagas — o que gerou ampla rejeição da sociedade.
“A proposta não observou os princípios da eficiência e da responsabilidade fiscal”, argumentou o governo na justificativa do veto.
De acordo com pesquisa Quaest, divulgada também nesta quarta-feira (16), 85% dos brasileiros se posicionaram contra o aumento no número de parlamentares. A repercussão negativa teve impacto direto no recuo do Planalto, que passou a considerar o projeto como politicamente insustentável.
O STF determinou que a Câmara fosse redistribuída conforme a população dos estados, respeitando os limites constitucionais:
▶️ mínimo de 8 deputados por estado
▶️ máximo de 70 deputados
Para evitar a perda de vagas em estados com redução populacional relativa, o Congresso sugeriu aumentar o total de cadeiras, o que elevaria os gastos com salários, cotas parlamentares, assessores e estrutura.
Com o veto, a Justiça Eleitoral assume a responsabilidade de aplicar a redistribuição. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá redistribuir as 513 cadeiras da Câmara conforme os dados do Censo, sem aumentar o número total de parlamentares, como já havia sinalizado em parecer técnico.
Apesar de a proposta ter sido aprovada com 270 votos na Câmara e 41 no Senado, a margem apertada e a repercussão negativa reduziram as chances de o Congresso tentar derrubar o veto. Além disso, a articulação exigiu, na primeira votação, manobras como a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para atingir o quórum — o que não poderá se repetir em uma nova tentativa.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Damares diz que Bolsonaro está “sereno” após visita em prisão domiciliar
Leia Mais
Eduardo Bolsonaro pede reforço de sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes
Leia Mais
Barroso afirma que julgamento de Bolsonaro no STF será conduzido com serenidade e sem interferências
Leia Mais
Moraes autoriza Arthur Lira a visitar Bolsonaro em prisão domiciliar em Brasília
Municípios