Saúde Pública
Brasil recebe 2,1 milhões de unidades de insulina glargina e avança na produção nacional para o SUS
Entrega reforça estratégia do governo para reduzir dependência externa e ampliar autonomia do Complexo Econômico-Industrial da Saúde; mais 4,7 milhões de unidades chegam até dezembro
18/11/2025
11:00
DA REDAÇÃO
Com a transferência de tecnologia do medicamento para o laboratório público de Bio-Manguinhos (Fiocruz), o produto passará a ter produção nacional -Foto: Rafael Nascimento/MS
O Governo Federal recebeu, nesta segunda-feira (17), 2,1 milhões de unidades de insulina glargina, ampliando o abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2. A entrega marca um avanço decisivo na estratégia nacional de fortalecer a produção própria de medicamentos, reduzindo a dependência internacional e garantindo mais segurança ao atendimento público.
Até dezembro, o Ministério da Saúde receberá outras 4,7 milhões de unidades, totalizando 6,8 milhões distribuídas apenas em 2025.
O lote integra as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), modelo que une instituições públicas e empresas privadas na transferência de tecnologia. A insulina glargina passará a ser produzida integralmente no Brasil por meio da cooperação entre:
Bio-Manguinhos/Fiocruz, que receberá a tecnologia;
a empresa brasileira Biomm, responsável pela produção;
e a farmacêutica chinesa Gan&Lee, detentora da tecnologia original.
“É uma grande parceria que traz garantia e segurança para os pacientes que têm diabetes. Usamos o poder de compra do SUS para desenvolver nossa indústria e garantir medicamentos gratuitos à população”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O governo destinou R$ 131,8 milhões para as compras deste ano. A iniciativa integra o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) — eixo estratégico para reduzir dependência externa e ampliar inovação.
Uma ação inédita na América Latina também integra o projeto: a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da insulina glargina no Brasil. A fabricação ocorrerá na unidade da Fiocruz Ceará, referência continental em biofármacos.
O investimento, via Novo PAC, é de R$ 510 milhões, garantindo ao país domínio total da cadeia produtiva.
“Essa primeira entrega tem um simbolismo enorme. É ciência e tecnologia fortalecendo o SUS e gerando empregos”, destacou Mario Moreira, presidente da Fiocruz.
Após completar a transferência tecnológica, a previsão é que o Brasil atinja produção anual de 70 milhões de unidades de insulina glargina, incluindo:
formulação no país,
embalagem,
controle de qualidade,
e fabricação do produto final.
A produção integral permitirá fornecimento contínuo ao SUS, com estabilidade e segurança para milhões de pacientes.
O governo também avança na fabricação nacional de outros tipos de insulina. Parceria com a farmacêutica indiana Wockhardt, a Funed (Fundação Ezequiel Dias) e a Biomm prevê a produção de:
Insulina NPH,
Insulina Regular,
em frascos e tubetes.
A transferência de tecnologia já começou, com 710,3 mil unidades entregues. A expectativa é atingir 8 milhões de unidades até 2026, com investimento federal de R$ 142 milhões.
O SUS oferece diagnóstico, monitoramento e tratamento contínuo para pessoas com diabetes, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e equipes multiprofissionais. Atualmente, disponibiliza:
insulinas humanas NPH e Regular,
análogas de ação rápida e prolongada,
e medicamentos orais conforme o quadro clínico de cada paciente.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Moraes determina perícia da PF para avaliar necessidade de cirurgia de Jair Bolsonaro
Leia Mais
Jurista afirma que STF pode derrubar decisão da Câmara que manteve mandato de Carla Zambelli
Leia Mais
CCJ do Senado aprova PEC que extingue escala 6x1 e reduz jornada para 36 horas semanais
Leia Mais
Caixa paga parcela de dezembro do Bolsa Família para NIS final 2
Municípios