Política / Justiça Internacional
Ex-assessor de Bolsonaro lança campanha nos EUA para custear defesa após acusação de envolvimento em plano golpista
Filipe Martins é investigado por participação na elaboração de tentativa de golpe e por suposto uso de documento falso em viagem aos Estados Unidos
10/11/2025
11:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-assessor especial da Presidência da República, Filipe Martins, iniciou uma campanha de arrecadação de fundos nos Estados Unidos para custear as despesas com advogados norte-americanos. Martins, que atuou como assessor de Assuntos Internacionais no governo de Jair Bolsonaro, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta participação na elaboração do plano de golpe de Estado que levou o ex-presidente a ser condenado a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com Jeffrey Chiquini, advogado de defesa de Martins no Brasil, a arrecadação foi organizada por apoiadores do ex-assessor, com o objetivo de financiar honorários de novos advogados criminalistas nos EUA e cobrir custos adicionais do processo internacional.
“Cada centavo arrecadado será destinado exclusivamente ao Filipe e ao pagamento de sua nova equipe jurídica nos Estados Unidos”, declarou Chiquini.
“O propósito é permitir que ele leve à Justiça americana todos os responsáveis pela fraude que afetou seu registro migratório.”
Segundo a defesa, Martins enfrenta restrições legais e financeiras desde o fim do governo Bolsonaro, além de perseguição política por parte de autoridades brasileiras.
A denúncia apresentada pela PGR indica que Filipe Martins viajou aos Estados Unidos em dezembro de 2022, acompanhando o então presidente Jair Bolsonaro. O governo norte-americano, no entanto, identificou indícios de falsificação no documento de entrada do ex-assessor, o que motivou uma investigação conjunta das autoridades americanas e brasileiras.
Washington apura se houve fraude com o intuito de incriminar Martins ou de facilitar sua entrada irregular no país, em meio ao contexto político turbulento que marcou o fim do mandato de Bolsonaro.
Martins é apontado por investigadores como um dos principais articuladores da ala ideológica do bolsonarismo e teria participado de reuniões e trocas de mensagens voltadas à formulação do plano de ruptura institucional, em dezembro de 2022.
Ele é investigado na mesma linha de apuração que envolve auxiliares militares e assessores próximos do ex-presidente, acusados de elaborar documentos e estratégias para anular o resultado das eleições.
A defesa nega todas as acusações e sustenta que o ex-assessor nunca participou de qualquer ato golpista. A campanha de arrecadação nos EUA busca, segundo aliados, reforçar sua defesa internacional e desvincular seu nome das ações atribuídas ao ex-presidente Bolsonaro.
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